Sejam bem vind@s!

Aqui compartilhamos nossas experiências e impressões de um Brasil looonge dos grandes centros urbanos, bem distante das metrópoles e capitais. Um país ainda desconhecido para a maioria d@s brasileir@s, principalmente de quem vive na região sudeste. Tenham tod@s uma boa viagem!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Mutum Urbano


O verdadeiro Mutum (imagem à esquerda) é ave galiforme da família dos cracídeos. De plumagem geralmente negra e com seu famoso topete encrespado, essa ave é encontradiça em quase todos os rincões desse nosso Brasil varonil.

O Mutum Urbano, por seu turno, é humano (imagem à direita). Copia da ave o topete, embora costume andar em bando com patos, gansos e robins, nos restritos campos da Seleção Canarinho. Felizmente o fracasso na Copa América fez com que a moda não se espalhasse muito Brasil afora. Pois é sabido que os jovens costumam espelhar-se em seus ídolos boleiros.

É que estando o Mutum verdadeiro em extinção, seria melancólico ver seu símile em bandos pelas cidades brasileiras, praticando suas dancinhas ridículas e jogando esse futebol aviário e medíocre.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Duas auroras


O ar da savana ainda não trocou a maresia de meu peito.

Porém já não tenho o corpo coberto de ostras,

Tampouco me tornei uma casa de térmitas.

Encontro-me, pois, entre duas auroras.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Procissão de Corpus Christi em Campo Grande-MS

A procissão de Corpus Christi em Campo Grande aconteceu na Avenida 14 de Junho, importante artéria comercial da Capital de MS. Pequenos trechos do asfalto foram caprichosamente cobertos com tapetes de serragem, tampas de garrafa, areias coloridas e outros materiais. Cada trecho a cargo de comunidade, pastoral, grupo ou paróquia da comunidade católica sul mato-grossense.

Segundo o historiador Jacob Buckhardt (1818-1897), as procissões são tributárias dos cortejos imperiais de Roma da Antiguidade, inclusive com emprego de máscaras e do carrus navalis. Esse carro em forma de navio conduzia a estátua de Baco e as ânforas de vinho usadas no cortejo de Dionisos nas Antestérias atenienses. Procissões carregam, portanto, ao lado dos elementos devocionais cristãos (a cruz, as imagens e a presença dos eclesiásticos), reminiscências pagãs.

Na Itália do século XV, a procissão de Corpus Christi era ocasião para os maiores esforços, segundo o famoso historiador da Basiléia. Em seu livro “A cultura do Renascimento da Itália”, Buckhardt faz uma pomposa descrição dessa festa, realizada em Viterbo em 1462, sob os auspícios de Pio II (Enea Silvio Piccolomini):

“A procissão propriamente dita, partindo de uma tenda colossal e suntuosa diante de San Francesco e, pela rua principal, caminhando em direção à praça da catedral, era a parte menos importante da celebração. Os cardeais e prelados mais ricos haviam repartido entre si trechos do trajeto, cuidando não apenas de cobri-los com panos, para que se caminhasse à sombra, com panos, guirlandas etc., mas erigindo ainda, cada um deles um palco próprio, onde cenas históricas e alegóricas eram encenadas” (P. 367).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Primavera em Campo Grande-MS


As estações se sucedem, mas a primavera continua... Vem em ondas: da periferia para o centro. Norte da África, Península Arábica, Territórios do Levante, Espanha, Grécia. Alguns dirigentes corruptos já se foram. Os reis católicos estão com suas barbas imberbes de molho.

Vieram boas notícias de Vitória-ES, agora jovens e veteranos militantes de Campo Grande-MS, em uníssono, proclamam na Marcha da Liberdade:

"Somos homens e mulheres, temos todas as idades, temos pais, filhos, amigos, escolhas. Somos diferentes nas bandeiras, mas sonhamos igual. Temos ingenuidade e queremos garantir que sejamos vistos, respeitados. Juntos, defendemos idéias diferentes, mas temos uma força maior que nos une: defendemos as liberdades individuais, a liberdade de expressão, de culto, de manifestação. Defendemos o direito à informação, cultura, educação, meio ambiente, saúde, cidadania.

Entendemos que o Estado de Mato Grosso do Sul vem atravessando transformações importantes que precisam ser discutidos, pensadas e refletidas por todos nós que vivemos esse estado.

A escolha da Praça Ary Coelho não é aleatória. Espaço de efervescência, a praça reflete muito de nossa cidade: nos passos rápidos, nos jogos da melhor idade, no comércio, no tereré, na resistência. Estamos juntos hoje, pois queremos o direito de discutir democraticamente a Revitalização do Centro de Campo Grande. Queremos discutir como utilizar os espaços públicos abertos e fechados, ampliando a perspectiva para além do centro da cidade.

Queremos discutir o Pantanal assim como todo o desmatamento do cerrado e das florestas. Somos seres humanos, poetas e artesãos do dia-a-dia, e não aceitamos a secundarização da questão indígena em Mato Grosso do Sul. E estamos aqui defendendo a responsabilidade no tratamento desses assuntos. Assim como o apoio ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgeneros e Transexuais), que fazem parte dessa sociedade diversa e que podem se igualar em direitos comuns.

Defendemos que a Cultura seja compreendida como política pública de Estado, garantindo seu fomento e incentivo independente de cor partidária. Temos direito de ajudar a construir essa cidade, esse Estado, esse País. Para isso, precisamos de garantia de acesso às informações. Por um Estado laico, transparente.

Em Paz queremos levantar a bandeira de nossa casa, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nosso Estado e nosso País.

Eis a Marcha da Liberdade. Um ato apartidário, de paz, amor e afeto. Vamos nos mostrar; sair pelas ruas de nossa cidade para amolecer os corações. Traga seu instrumento, sua faixa, traga seu amor pela liberdade. Traga sua bandeira de interesse e junte-a as outras, lado a lado na diversidade pelo bem comum.
Para todos aqueles que condenam a brutalidade física, psicológica, moral e social. Todos e todas que não suportam mais violência repressiva. Que patrocina a corrupção, desumanidade e falta de ética. Que reprime trabalhadores. Contra a ditadura da infelicidade e do caos. Basta!

Para todas as pessoas que ainda acreditam na liberdade de expressão efetiva e justa. Para todos os movimentos sociais, pela ética na política, por uma democracia realmente participativa, por justiça igualitária a qualquer cidadão, por terra, por casa, por trabalho e salário digno, por transparência nas instituições públicas, por menos impostos e tributos, pela liberdade de imprensa, pelos estudantes, pelos professores, pelas mães, e por uma vida melhor. Contra o racismo, contra a intolerância religiosa. Para todas associações de bairros, entidades, movimentos, pontos de cultura, anarcos, oprimidos em geral, Ligas, correntes, coletivos, artistas, migrantes, bombeiros, grafiteiros, travestis, ambientalistas, professores, ambulantes, negros, camponeses, paraguaios, peões, bolivianos, estudantes, desempregados, executivos, jornalistas, médicos, operários, feministas, vítimas de enchentes, maltrapilhos".


Cidadãos.

Em casa somos um. Juntos somos todos!

Marcha da Liberdade MS em Campo Grande - 18/06 (Sábado) a partir das 9h da manhã concentração na Praça Ary Coelho.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Censo conta 817 mil indígenas no Brasil



Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Censo Demográfico realizado em 2010 no Brasil encontrou 817 mil pessoas que se declaram indígenas no Brasil, o que representa 0,42% do total da população brasileira. O número representa um crescimento de 11% em relação ao registrado no Censo de 2000, quando 734 mil pessoas se declararam indígenas.

De acordo com o Censo, em termos absolutos, o estado brasileiro com maior número de indígenas é o Amazonas, com uma população de 168 mil. Já em termos percentuais, o estado com maior população indígena é Roraima, onde os indígenas representam 11% da população total do estado.

Os dados divulgados por enquanto pelo IBGE ainda são preliminares. O Censo de 2010 trará ainda informações mais detalhadas sobre a população indígena, como etnia a que pertence e as línguas faladas, porém esses dados só devem ser divulgados a partir de Abril de 2012. Será a primeira vez que um censo demográfico no Brasil levanta essas informações.

Fonte: http://www.funai.gov.br/

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Aves sobre Campo Grande


Aqui na Cidade Morena não é incomum o sobrevôo das aves do Cerrado. Já vi várias vezes casais de araras e, ontem (21/04), ao final da tarde, consegui fotografar o tucano acima na pracinha em frente da pousada onde moro.

Vejo também muitos bentevis, sabiás e umas pombas selvagens, as quais ainda não identifiquei. Serão as Pombas Amargosas?

Ainda não vi pardais.

A saudade dos amigos me faz invejar as aves.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Sopa Paraguaia


Conforme mostra a imagem acima, a Sopa Paraguaia não é uma sopa verdadeira. Parece uma piada pronta, mas, na verdade, é mais uma das delícias de Mato Grosso do Sul de origem genuinamente paraguaia, assim como a Chipa, a qual já postei a receita, mas que volta como repeteco junto com a receita da sopa no vídeo abaixo:

quinta-feira, 24 de março de 2011

Blitz em Redenção

Ao que tudo indica as imprudências dos motociclistas de Redenção estão com os dias contados. Já é o terceiro dia consecutivo que esta enorme blitz é organizada na Av. Santa Tereza. Aqui na cidade, poucas pessoas usam capacetes, existem muitas motos que simplesmente não são emplacadas e é comum ver famílias inteiras com três, quatro e até cinco pessoas numa única motocicleta. 

Por mais que eu ache um desrespeito com a própria vida (e com a vida de muitas crianças), me coloco no lugar dessas famílias, que precisam se deslocar neste município de grande extensão territorial e calor escaldante. Se esta política, de regulamentação do trânsito não for acompanhada da implantação de um sistema de transporte público, muitas famílias serão prejudicas.  É bom que fique claro que não estou dizendo que é para continuar descumprindo o Código de Trânsito, nem que as pessoas precisam  ir e vir e as autoridades têm que fazer "vistas grossas". 

Apenas estou refletindo que a resolução de um problema, por vezes causa outro também significativo. Primeiro é preciso conscientizar as pessoas dos riscos que correm e causam, através destes hábitos (uma boa campanha já é um caminho), paralelamente tem que dar outras opções de locomoção, como transporte coletivo e ciclovias arborizadas, pois o sol aqui é de rachar a moleira.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Transumância


A palavra Transumância tem o exato sentido que a imagem acima mostra. Trata-se do deslocamento de um rebanho em busca de novas terras, de novas pastagens, consoante as alterações climáticas. Segundo a Wikipédia, a palavra vem do latim: trans (além de) e humus (a terra, a região) [fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Transum%C3%A2ncia].
Mas o sentido da palavra que ora aqui referimos é o deslocamento humano em busca de novas oportunidades de vida, de um novo trabalho, enfim, de novas significações pessoais.
Vislumbramos a palavra pela primeira vez no livro "Formação Econômica do Brasil" de Celso Furtado. Ali, nosso brilhante pensador utilizou a palavra para descrever o movimento dos nordestinos em direção à Amazônia em busca de oportunidades no ciclo de extração da borracha no final do século XIX e início do século XX. Transumância também foram o movimento dos povos da Europa Central no ciclo brasileiro do café no século XIX e a forçada diáspora dos trabalhadores escravizados da África para o Brasil do século XVI ao século XIX. Contemporaneamente, vemos também Transumância no deslocamento de levas e levas de desempregados brasileiros para os EUA, Europa e Japão.
Nossa Transumância é um fenômeno semelhante, embora nosso contingente humano seja pequeno se comparado às grandes migrações que mencionamos. Por meio de concurso público assumimos novos postos de trabalho longe de nossa terra natal. Nessas novas terras estamos aprendendo a viver distante do ninho natural. Aprendemos a conhecer novas pessoas, costumes, espaços sagrados e profanos, mas, sobretudo, aprendemos a estabelecer novas vinculações morais, políticas e afetivas.
Transmitir as experiências que experimentamos como efeitos dessas transformações é o objetivo deste blog. Evidentemente que algumas palavras de saudade serão reservadas ao torrão natal, mas como nosso destino atual é escolha pessoal, um exílio voluntário, por assim dizer, a maior parte das postagens falará sobre as nossas terras de adoção. Algumas vezes com leve ironia, mas sempre com imensa e amorosa receptividade.
Queremos que você, nosso seguidor, compartilhe conosco essas experiências. Que comente as nossas postagens. Que você se alegre com as diferenças e as semelhanças de nosso povo. Que junte-se a nós nessa aventura por um Brasil pouco conhecido e belo.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sexo vegetal!!!!


Deu no G1: "Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão acompanhando, há pouco mais de um mês, o desenvolvimento de um maracujá que cresce em formato de órgão sexual masculino. O fruto foi plantado há dois anos pela dona de casa Maria Rodrigues de Aguiar Farias, 53 anos, em um balde, no quintal de sua casa, em São José de Ribamar (MA)". Leia mais em http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/02/maracuja-cresce-em-formato-de-orgao-sexual-masculino-no-maranhao.html

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sexo animal!!!



Como nosso blog é  livre e aberto,  fiz questão de postar esta foto tirada por um de nossos colaboradores secretos direto do município chamado  “Novo Departamento”, aqui no Pará.  Nossa liberdade é tamanha que preserva o anonimato – vedado pela constituição!  Mas como eu posto no blog, respondo o que for necessário por esta cena de sexo explícito com direito a voyeur tentando participar da brincadeira!

quarta-feira, 9 de março de 2011

To aqui, ôxe, ôxe, ôxe!!

Ah..Primeiro, é bom que diga: vim de Vitória, por meio de concurso público, com a cara coragem, a Fran e minhas três cachorras.
Amargosa é terra fria do Vale do Jiquiriçá. Muito, muito verdinha! Quando cheguei já disse: fui traída! Estrada curva e vento gelado (aff! Estou chegando em Santa Tereza-ES!) Fui lá eu achar frio na Bahia! Mas, de repente esquenta, sem nunca beirar os quarenta graus de Colatina. Agraciada pela Mata Atlântica, alvo dos olhos sebosos dos madereiros e caçadores, é ‘tudo’ um passeio no Timbó! Estamos na zona de transição - úmido, úmido-subúmido, subúmido-semi-árido e semi-árido - em 30km chegamos ao mandacaru e à caatinga. Terra de boi parrudo, musculoso. De banana, café, mandioca e fumo. Encenam os petistas: Meu pedacinho de Brasil!

Chão baiano de reza que hibrida os orixás e o latim dos padres romanos. No meio da cantoria, eis Cosminho e Janaína no samba de roda! Toda devoção é festa, é arrasto de pés, como nossos irmãos pretos em seus grandes terreiros! Mas, a cada esquina há um vigia de batina esperando para esconder uma reza e azedar o caruru. Então, cantiga de roda é resistência, jogo de corpo é luta, ser negro é marcação para não morrer descolorido!

terça-feira, 8 de março de 2011

O CARNAVAL DE REDENÇÃO


Portal da área de shows de carnaval montado pela prefeitura de Redenção.

Um carnaval diferente dos que já passei.  Nem mais nem menos, porém diferente!  Talvez seja por estar numa “posição” nova.  Já fui foliã, das mais animadas! Já fui produtora: das mais atentas e estressadas.  Neste ano, pela primeira vez: estou apenas observando... Divirto-me com a alegria dos brincantes,  examino os detalhes da organização! Tento não ser demasiadamente crítica, pois quero exercer minha capacidade de assistir sem interferir. Acho que esta postura está me deixando mais serena.

Aqui, o carnaval promete! Dizem que é o melhor do sudeste do Pará.  Sinteticamente, o que pude observar é que a prefeitura se preocupa com a qualidade e segurança dos foliões. A área onde ocorre o evento é decorada e cercada. As pessoas são revistadas logo que entram na arena. E depois da meia noite, menor não entra sem a presença dos pais. Ponto positivo!

Assim como outros carnavais que já vivi aqui tem blocos, sim senhor! Mas é um conceito diferente dos blocos tanto da Bahia como os do Rio.  Aqui os foliões adquirem seus abadás que permitem o acesso às sedes dos blocos (que são  os bares da cidade). Os blocos mais badalados oferecem serviço de open bar e música ao vivo.  Os mais simples, têm DJ`s e garantem um conforto mínimo  como acesso a banheiros,  mesas e serviços do “bar  sede”.  

A comodidade destes ambientes me remete aos camarotes de outros carnavais. A diferença é que não passam em suas vistas, escolas de samba ou trios elétricos.  Seria mais apropriado dizer que é uma mistura de baile de clube com carnaval baiano, pois todos estão vestidos de abadá. 

O mais importante, é que o carnaval daqui reúne os principais ingredientes para a folia: alegria, música, produção, gente animada e cerveja gelada!!!