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Aqui compartilhamos nossas experiências e impressões de um Brasil looonge dos grandes centros urbanos, bem distante das metrópoles e capitais. Um país ainda desconhecido para a maioria d@s brasileir@s, principalmente de quem vive na região sudeste. Tenham tod@s uma boa viagem!

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Procissão de Corpus Christi em Campo Grande-MS

A procissão de Corpus Christi em Campo Grande aconteceu na Avenida 14 de Junho, importante artéria comercial da Capital de MS. Pequenos trechos do asfalto foram caprichosamente cobertos com tapetes de serragem, tampas de garrafa, areias coloridas e outros materiais. Cada trecho a cargo de comunidade, pastoral, grupo ou paróquia da comunidade católica sul mato-grossense.

Segundo o historiador Jacob Buckhardt (1818-1897), as procissões são tributárias dos cortejos imperiais de Roma da Antiguidade, inclusive com emprego de máscaras e do carrus navalis. Esse carro em forma de navio conduzia a estátua de Baco e as ânforas de vinho usadas no cortejo de Dionisos nas Antestérias atenienses. Procissões carregam, portanto, ao lado dos elementos devocionais cristãos (a cruz, as imagens e a presença dos eclesiásticos), reminiscências pagãs.

Na Itália do século XV, a procissão de Corpus Christi era ocasião para os maiores esforços, segundo o famoso historiador da Basiléia. Em seu livro “A cultura do Renascimento da Itália”, Buckhardt faz uma pomposa descrição dessa festa, realizada em Viterbo em 1462, sob os auspícios de Pio II (Enea Silvio Piccolomini):

“A procissão propriamente dita, partindo de uma tenda colossal e suntuosa diante de San Francesco e, pela rua principal, caminhando em direção à praça da catedral, era a parte menos importante da celebração. Os cardeais e prelados mais ricos haviam repartido entre si trechos do trajeto, cuidando não apenas de cobri-los com panos, para que se caminhasse à sombra, com panos, guirlandas etc., mas erigindo ainda, cada um deles um palco próprio, onde cenas históricas e alegóricas eram encenadas” (P. 367).

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Primavera em Campo Grande-MS


As estações se sucedem, mas a primavera continua... Vem em ondas: da periferia para o centro. Norte da África, Península Arábica, Territórios do Levante, Espanha, Grécia. Alguns dirigentes corruptos já se foram. Os reis católicos estão com suas barbas imberbes de molho.

Vieram boas notícias de Vitória-ES, agora jovens e veteranos militantes de Campo Grande-MS, em uníssono, proclamam na Marcha da Liberdade:

"Somos homens e mulheres, temos todas as idades, temos pais, filhos, amigos, escolhas. Somos diferentes nas bandeiras, mas sonhamos igual. Temos ingenuidade e queremos garantir que sejamos vistos, respeitados. Juntos, defendemos idéias diferentes, mas temos uma força maior que nos une: defendemos as liberdades individuais, a liberdade de expressão, de culto, de manifestação. Defendemos o direito à informação, cultura, educação, meio ambiente, saúde, cidadania.

Entendemos que o Estado de Mato Grosso do Sul vem atravessando transformações importantes que precisam ser discutidos, pensadas e refletidas por todos nós que vivemos esse estado.

A escolha da Praça Ary Coelho não é aleatória. Espaço de efervescência, a praça reflete muito de nossa cidade: nos passos rápidos, nos jogos da melhor idade, no comércio, no tereré, na resistência. Estamos juntos hoje, pois queremos o direito de discutir democraticamente a Revitalização do Centro de Campo Grande. Queremos discutir como utilizar os espaços públicos abertos e fechados, ampliando a perspectiva para além do centro da cidade.

Queremos discutir o Pantanal assim como todo o desmatamento do cerrado e das florestas. Somos seres humanos, poetas e artesãos do dia-a-dia, e não aceitamos a secundarização da questão indígena em Mato Grosso do Sul. E estamos aqui defendendo a responsabilidade no tratamento desses assuntos. Assim como o apoio ao movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgeneros e Transexuais), que fazem parte dessa sociedade diversa e que podem se igualar em direitos comuns.

Defendemos que a Cultura seja compreendida como política pública de Estado, garantindo seu fomento e incentivo independente de cor partidária. Temos direito de ajudar a construir essa cidade, esse Estado, esse País. Para isso, precisamos de garantia de acesso às informações. Por um Estado laico, transparente.

Em Paz queremos levantar a bandeira de nossa casa, nossa rua, nosso bairro, nossa cidade, nosso Estado e nosso País.

Eis a Marcha da Liberdade. Um ato apartidário, de paz, amor e afeto. Vamos nos mostrar; sair pelas ruas de nossa cidade para amolecer os corações. Traga seu instrumento, sua faixa, traga seu amor pela liberdade. Traga sua bandeira de interesse e junte-a as outras, lado a lado na diversidade pelo bem comum.
Para todos aqueles que condenam a brutalidade física, psicológica, moral e social. Todos e todas que não suportam mais violência repressiva. Que patrocina a corrupção, desumanidade e falta de ética. Que reprime trabalhadores. Contra a ditadura da infelicidade e do caos. Basta!

Para todas as pessoas que ainda acreditam na liberdade de expressão efetiva e justa. Para todos os movimentos sociais, pela ética na política, por uma democracia realmente participativa, por justiça igualitária a qualquer cidadão, por terra, por casa, por trabalho e salário digno, por transparência nas instituições públicas, por menos impostos e tributos, pela liberdade de imprensa, pelos estudantes, pelos professores, pelas mães, e por uma vida melhor. Contra o racismo, contra a intolerância religiosa. Para todas associações de bairros, entidades, movimentos, pontos de cultura, anarcos, oprimidos em geral, Ligas, correntes, coletivos, artistas, migrantes, bombeiros, grafiteiros, travestis, ambientalistas, professores, ambulantes, negros, camponeses, paraguaios, peões, bolivianos, estudantes, desempregados, executivos, jornalistas, médicos, operários, feministas, vítimas de enchentes, maltrapilhos".


Cidadãos.

Em casa somos um. Juntos somos todos!

Marcha da Liberdade MS em Campo Grande - 18/06 (Sábado) a partir das 9h da manhã concentração na Praça Ary Coelho.